Quando a madrugada vem
e o vento sopra
a pele em poesia desabrocha dizendo nua versos de arrepios.
E se o vento sopra sussurrante
como uma brisa morna
estremecendo os pelos,
a pele, que é poesia,
mergulha em desvarios,
canta para a Lua
versos de delírios
e espera, suplicante,
o toque redentor
até que o vento,
em sopros de amor
se deita sobre a pele
e as suas mãos segura
Então a pele, agora em loucura
sente os cabelos longos do vento
fazerem cócegas ouve os
sussurros do vento nas costas,
sente sobre si o peso do desejo
e cândida, rende-se
lânguida, deita-se
ávida, molha-se
Sente nas costas o peso
do vento
e treme
agita-se
inunda-se
e.. sonha
Tem dentro de si o corpo
do vento
e fecha-se
e move-se
e geme
e goza
grávida, imensa, grata, plena
Quando a madrugada vem
e o vento sopra,
a pele em poesia desabrocha
e a vida inteira fica diferente