Se eu tivesse asas para voar,
Respiraria fundo, e
Abri-las-ia…
Fortes, amplas…
No cimo duma falésia,
Ventosa,
Onde nidificam as gaivotas…
Cruzava este largo mar,
Afrontando cruéis ondas,
Que sobem para me deter,
Parar o meu voo,
E levar-me para as frias,
Profundas
Azul-esverdeadas tumbas…
E, quando a madrugada te despertasse,
Eu chegaria…
Asas cansadas,
Mas firmes,
Para tocar-te,
Apertar-te,
Abraçar contigo
Os teus sonhos…
E sentir-te…
Suave…
Calma, quente
No meu abraço…
Por fim…